NA HISTÓRIA... FUSCA

Texto: Luiz Osvsldo

Fotos: Internet

Ao atingir a marca de 21.529.464 em 58 anos ininterruptos (1945 - 2003), o Fusca se tornou o automóvel com a maior produção mundial, saindo de fábricas na Alemanha, México, Brasil, entre outros. O besourinho cativou muita gente durante esse tempo e foi o primeiro carro de tantos pelo Brasil afora. Em Macapá, inclusive, onde chegou em meados dos anos 1950, há uma lenda que diz que existem muitos Fuscas enterrados em Laranjal do Jari, junto de várias Kombis e alguns maquinários, mas isso é outra história. Vou contar para você um resumo de como surgiu esse pequeno grande carro que entrou para a história do país. 

O ano era 1933, Alemanha, e quem comandava o país era Adolf Hitler, chanceler que acabava de assumir o poder. Entre seus planos, estava o de produzir um carro que seu povo pudesse comprar, já que, na época, a Alemanha passava por uma dura recessão e tinha os piores índices de motorização da Europa. Para se ter uma ideia, existia um carro para cada cem habitantes. Quem tinha um carro também tinha muito dinheiro. Então Hitler chamou três engenheiros que já tinham projetos para carros baratos. Joseph Ganz, Edmund Rumpler e Ferdinand Porsche foram os escolhidos. Os dois primeiros foram logo descartados por serem judeus. E você sabe que Hitler fez com judeus... Bem, não vem ao caso. E Porsche ainda tinha a vantagem de ter feito projetos muito bons na Daimler, fábrica de carros que Hitler adorava. 

Para Hitler, o carro do povo (daí o termo e início da marca Volkswagen), teria exigências a serem cumpridas, como carregar dois adultos e três crianças, velocidade média de 100 km/h e consumo médio de 13 km/litro. O motor deveria ser refrigerado a ar (muitos alemães não possuíam garagens aquecidas), se possível a diesel, e o preço deveria ser menor que mil marcos (o preço de uma motocicleta era maior). Na versão militar, deveria carregar três soldados e uma metralhadora. Assim, o contrato foi assinado e Porsche começou o projeto em 1934. 

Em 1935, Ferdinand Porsche apresentou dois protótipos, um sedã e um conversível para agradar o ditador apaixonado pelos modelos. Em 1937, 30 modelos foram entregues à SS, a tropa de elite do exército germânico. O início da fábrica se deu em 1938. Em 1940, o primeiro fusca – ainda chamado de “VW typ 1” – deixou a linha de montagem. Foram produzidos, até 1944, 644 unidades, mas nenhuma foi parar nas mãos do povo. Todos foram para a elite nazista.

Em 1945, uma Alemanha pós-guerra começou a produzir o fusca como carro de apoio ao exército britânico e para o serviço público. E a produção continuou até 2003, passando por várias versões, sem jamais perder suas características.

O carrinho já serviu como táxi, carro de polícia, ambulância (como?), frota do governo e por aí vai. Pelas ruas, ainda avistamos alguns. Seus donos sentem um ciúme danado.

 Até a próxima!